Os
olhos desde a antiguidade foram objeto de atração e fascínio. Achados
arqueológicos comprovam que vários povos deixaram inscrições em pedras sobre a
íris e a sua relação com o corpo. Hipócrates, filósofo grego, também se
interessou pela íris como uma forma de diagnose.
Os
primeiros trabalhos mencionando os sinais na íris surgiram em 1670, na obra
Chiromatic Medica escrita por Phillipus Meyens (Dresden – Alemanha) e em 1695
nos trabalhos científicos escritos por Joahann Eltholtz (Nuremberg – Alemanha).
Apesar
de há muito tempo especulada foi no século XIX que a iridologia conquistou o
seu lugar específico ao ser criada pelo médico húngaro Ignaz Von Peczely.
Aos
10 anos de idade, Von Peczely, que morava nos arredores de Budapeste, capturou
uma coruja em seu jardim e acidentalmente quebrou-lhe uma das pernas. Ao
tratá-la, percebeu o aparecimento de uma mancha na íris do animal, a qual foi
mudando de cor e forma à medida que o tratamento ia prosseguindo.
O
fato permaneceu gravado em sua memória como um acontecimento marcante. Em 1861,
a curiosidade deu lugar a um interesse mais intenso, ao acompanhar a doença da
mãe e perceber o surgimento de pontos na íris da enferma à medida que seu
estado se agravava. Após a morte da mãe, Von Peczely decidiu estudar medicina,
o que fez inicialmente em Budapeste em 1862 e em seguida em Viena em 1864, onde
se formou médico e cirurgião.
Durante
o curso de medicina, Von Peczely acostumou-se a observar e relatar as
alterações na íris dos pacientes que acompanhava, procedimento que manteve
mesmo depois de ter se formado. Por fim, em 1867, publicou suas descobertas no
livro Descoberta no Domínio da Natureza e na Arte de Curar.
O
trabalho causou muita polêmica nos meios científicos recebendo tanto críticas
quanto elogios.
Fato
curioso é que, quase na mesma época, o homeopata sueco Nils Liljequist
publicava outra obra, Diagnóstico a Partir do Olho, com conclusões semelhantes
às de Von Peczely. Sem que os autores se conhecessem nem tivessem qualquer
contato entre si, as duas publicações foram fruto da coincidência, como
surgimento de uma ideia original em dois lugares diferentes ao mesmo
tempo.
Apesar
de as duas obras tratarem do mesmo assunto, o trabalho de Liljequist permaneceu
ignorado durante alguns anos, até que iridólogos americanos o descobriram e
traduziram para o inglês. A essa altura, porém, Von Peczely já recebera os
louros da descoberta. Polêmica à parte, um grupo de médicos interessou-se pelo
livro de Von Peczely. Dando continuidade a sua descoberta, empenharam-se no
mapeamento da íris. Trocando informações entre si, esses médicos foram
publicando vários livros o mais importante até então, Iridologia, o Diagnóstico
Através do Olho, foi escrito por Henry Edward Lane, médico australiano radicado
nos Estados Unidos.
A
iridologia moderna foi lançada pelo Dr. Bernard Jensen, que desenvolveu um mapa
da íris representando a localização dos órgãos e tecidos. Em sua descrição, a
íris é dividida em sete zonas: a íris direita representa o lado direito do
corpo; a do olho esquerdo, o lado esquerdo. Existem noventa áreas específicas
conhecidas em cada íris e cada uma é diferente da outra.
Apesar
de contar com fervorosos defensores, a iridologia foi muito combatida. Como
resultado, acabou abandonada quase por completo em benefício de novos métodos
complementares de diagnóstico, sendo praticada quase exclusivamente por médicos
adeptos da homeopatia e outras medicinas alternativas.
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Fonte
histórica: http://migre.me/lpeTN
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